CEO's
Foto: Canva

Em 2024, a remuneração média anual de um CEO no Brasil gira em torno de R$ 15,36 milhões, ou cerca de R$ 1,28 milhão por mês, segundo levantamento da consultoria Vila Nova Partners. Esse valor impressionante, quase 2,8 vezes superior ao salário médio dos outros diretores das empresas analisadas, reflete o papel crucial do CEO na geração de resultados.

 

“O impacto da liderança do CEO no desempenho das empresas é significativamente maior do que em outras funções, o que justifica essa disparidade”, afirma Fernando Carneiro, sócio sênior da consultoria e responsável pela pesquisa.

 

A pesquisa abrangeu 83 empresas listadas no Índice Bovespa da B3, incluindo a análise de 84 CEOs e 775 membros de conselhos de administração. Embora os salários dos CEOs tenham registrado um aumento discreto de apenas 0,4% de 2023 para 2024, Carneiro ressalta que a estrutura da remuneração mudou.

 

O destaque atual vai para os Incentivos de Longo Prazo (ILP), cada vez mais usados como ferramenta para alinhar os interesses dos executivos com os dos acionistas. Esses incentivos não só estimulam o desempenho, como também retêm talentos estratégicos, criando uma estabilidade dentro das companhias.Além dos salários fixos, a remuneração variável (como bônus, Participação nos Lucros e Resultados, e stock options) compõe uma fatia importante dos pacotes de compensação dos executivos. Em alguns casos, esse componente variável pode superar o valor fixo, destacando o caráter de performance e resultados que molda a remuneração desses profissionais.

 

O Perfil dos CEOs no Brasil

No cenário corporativo brasileiro, o perfil do CEO ainda apresenta uma predominância de líderes com formação em engenharia, o que corresponde a 46% dos executivos. Segundo Carneiro, essa tendência reflete a demanda por habilidades analíticas, especialmente em um ambiente de negócios complexo. No entanto, o cenário está mudando: cada vez mais empresas estão optando por lideranças com formação em outras áreas, como economia e administração, o que traz uma diversidade importante para as práticas de gestão.

 

O levantamento também aponta que a faixa etária dos CEOs brasileiros está majoritariamente entre 50 e 59 anos, com uma média de idade de 54,8 anos. Esse dado evidencia que, apesar do envelhecimento da população, os CEOs ainda são vistos como os profissionais mais experientes para ocupar posições de liderança. Carneiro ressalta que a expectativa de vida mais longa e saudável está contribuindo para aumentar a longevidade dos executivos no mercado de trabalho, e a tendência de CEOs com mais de 60 anos deve se intensificar nos próximos anos.

 

Outros destaques sobre o perfil dos CEOs incluem:

  • 34% dos CEOs têm mais de uma década de experiência na função;
  • Apenas 5% são mulheres, refletindo a desigualdade de gênero persistente nos altos cargos executivos;
  • 61% foram promovidos internamente, o que demonstra a preferência por sucessores já inseridos na cultura da empresa;
  • 42% possuem experiência internacional, fator relevante para a expansão global de muitas empresas.

 

O Papel dos Conselhos de Administração

Além dos CEOs, a pesquisa da Vila Nova Partners também trouxe à tona o papel crucial dos conselhos de administração. Os presidentes de conselhos no Brasil recebem uma média mensal de R$ 377.419, valor cinco vezes superior ao dos outros membros do board, que ganham em média R$ 78.917 por mês. Esse diferencial é justificado pela maior responsabilidade e pela exigência de senioridade, além de um impacto mais direto na imagem e nos resultados da empresa.

 

O perfil dos conselheiros no Brasil reflete a predominância de profissionais com formação em áreas tradicionais como engenharia, administração, economia e direito, que somam 81% das posições. O setor financeiro também desempenha um papel significativo, com 34% dos conselheiros apresentando experiência nessa área. Entretanto, apenas 2% dos membros têm menos de 40 anos, evidenciando a falta de renovação geracional nos conselhos de administração.

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