Imóvel TekTom
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Com a recente aprovação de uma lei que oferece a oportunidade de atualizar o valor patrimonial de imóveis com uma alíquota reduzida, proprietários têm um prazo limitado para aproveitar o benefício. A medida estabelece um prazo de 90 dias para que pessoas físicas e jurídicas façam essa atualização com impostos menores. Contudo, perder esse prazo pode trazer sérias consequências fiscais e financeiras. A questão não é apenas a oportunidade de pagar menos imposto, mas também os riscos associados à manutenção de valores patrimoniais desatualizados.
Tributação e Impactos Fiscais

O principal risco para quem não atualiza o valor de seu imóvel dentro do prazo está relacionado ao Imposto de Renda sobre o ganho de capital. Em uma futura venda, o imposto será calculado sobre a diferença entre o valor de aquisição do imóvel (registrado na declaração de Imposto de Renda) e o preço de venda. Caso o valor do imóvel não seja atualizado, o montante tributado pode ser significativamente maior. Isso ocorre porque, sem a atualização, o valor de aquisição fica desatualizado, levando a um ganho de capital maior e, portanto, a uma tributação mais elevada. As alíquotas normais do Imposto de Renda sobre ganho de capital podem chegar até 22,5%, muito acima dos 4% oferecidos no programa temporário.

Essa situação pode representar uma grande diferença financeira para o proprietário. Por exemplo, se um imóvel adquirido há muitos anos por um valor significativamente menor for vendido sem a atualização, o lucro nominal será elevado, gerando uma tributação mais pesada.
Riscos de Fiscalização e Multas

Outro ponto de atenção é a fiscalização da Receita Federal. Ao manter o valor do imóvel desatualizado, os proprietários podem ser alvo de inspeções fiscais. A Receita tem acesso a ferramentas de cruzamento de dados, capazes de identificar inconsistências entre o valor declarado e o valor real de mercado. Em caso de discrepâncias, o proprietário pode enfrentar multas e penalidades por omissão de informações, o que tornaria a situação ainda mais custosa.

A fiscalização é especialmente rigorosa quando há grandes divergências entre o valor declarado e o valor de mercado, o que pode ser interpretado como tentativa de sonegação fiscal. Assim, a não atualização do valor do imóvel pode resultar em penalidades não só pelo ganho de capital, mas também pela inconsistência nas informações patrimoniais.
Impactos para Empresas

Para as empresas que possuem imóveis em seus balanços patrimoniais, a falta de atualização pode afetar a avaliação de seus ativos. Essa situação se torna crítica em momentos de fusões, aquisições ou na busca por crédito bancário, onde o valor real dos ativos precisa ser transparente e devidamente atualizado. Manter o imóvel subvalorizado pode distorcer os resultados financeiros, além de prejudicar negociações e operações estratégicas.

A alíquota reduzida oferecida às empresas para atualizar seus ativos é de 6% sobre o valor ajustado, além de outros encargos como a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Empresas que optarem por não realizar essa atualização podem ter dificuldades em suas operações, especialmente aquelas que dependem de financiamentos e avaliações patrimoniais precisas.

Custos Ocultos na Não Atualização

O mercado imobiliário também pode penalizar os proprietários que não atualizarem seus imóveis. Um valor desatualizado pode criar divergências entre o preço estimado para a venda e o real valor de mercado, dificultando negociações. Além disso, os custos fiscais adicionais, que poderiam ser evitados, impactam diretamente a lucratividade de uma transação. Em muitos casos, a falta de ajuste patrimonial pode ser um impeditivo para vendas rápidas ou para transferências patrimoniais vantajosas.

A Nova Lei e Seus Benefícios

A lei que permite a atualização do valor de imóveis foi sancionada com o objetivo de oferecer uma alternativa tributária mais vantajosa para proprietários, tanto de imóveis residenciais quanto comerciais. Com alíquotas reduzidas e um prazo relativamente curto para aderir ao programa, o governo federal busca compensar parte da receita perdida com a desoneração da folha de pagamento para diversos setores econômicos.

Para proprietários que planejam vender seus imóveis nos próximos anos, a atualização do valor pode ser uma maneira de evitar a dupla tributação, especialmente se a venda ocorrer dentro de um período de 15 anos. Essa medida precisa ser cuidadosamente analisada, considerando as previsões de venda e o cenário financeiro futuro.
A não atualização do valor de um imóvel pode gerar uma série de complicações financeiras, fiscais e operacionais, tanto para pessoas físicas quanto para empresas. Proprietários que optarem por não aderir à atualização oferecida pela nova legislação devem estar cientes dos riscos de uma tributação mais elevada no futuro, de possíveis fiscalizações e de problemas em negociações de venda.
A atualização, embora envolva um custo imediato, pode trazer economias substanciais a longo prazo, além de garantir maior transparência e segurança patrimonial.

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